Considerando todas as opiniões e abordagens acerca da criatividade, quem é o ser criativo, e o que se encontra nas pessoas criativas?

Publicado por Estevão em

Ensaio sobre a criatividade

Postado em 05/06/2013
Observando o mercado, percebe-se que uma das atribuições e qualidades mais solicitadas pelos empregadores é a tal da criatividade. “Precisamos de pessoas criativas e curiosas”, ou “Queremos pessoas inovadoras e com criatividade” são frases facilmente encontradas em anúncios. Logo, pode-se inferir que essa é uma necessidade urgente de um mercado que parece estar saturado de pessoas “normais” e até “não criativas”. Quem é o profissional criativo, ou qual é o perfil do profissional criativo, que o diferencia do que não o é?

Talvez, um dos grandes problemas dos profissionais, sejam eles os empregadores, os empregados, ou mesmo aqueles que buscam uma colocação no mercado, seja o de não se sentirem ou se acharem criativos, ou não tanto quanto o outro. Normalmente, sempre admiramos os feitos daqueles que criaram uma campanha maravilhosa, fizeram um viral no Youtube, ou que projetaram e fizeram um comercial de tremendo sucesso e repercussão na cidade. Mas não encaramos as simples decisões de nossa vida como o desenvolvimento de um processo criativo.

Somos todos criativos

Pensando do ponto de vista natural, todos somos seres criativos. Nascemos e desenvolvemos o senso de criar, de iniciar, de ter a iniciativa em algo ou alguma coisa, de nos esforçarmos e superarmos barreiras físicas, sociais, psicológicas, para atingirmos objetivos. Talvez, possamos definir criatividade como a arte de solucionar problemas de qualquer origem. Assim, pode-se afirmar que criatividade tem a ver também com escolhas. Mas não escolhas aleatórias, e sim com base em informações previamente identificadas, observadas e/ou adquiridas antes da ação criativa. O ser criativo, portanto, precisa ter um conhecimento prévio sobre determinado assunto, para ser criativo a partir disso.

Tomemos por exemplo um caso cotidiano: engarrafamentos. Normalmente, quando estamos prestes a encarar essas situações, pensamos no melhor modo de contornar esse problema e chegar mais rápido em nosso destino. Se você souber que há uma obra em uma avenida bastante movimentada, na qual você passa para ir ao trabalho, provavelmente criará, inconscientemente ou não, um caminho alternativo, pelo qual possa passar no mesmo tempo ou mais rápido do que se encarasse o trânsito na avenida. Isso é ser criativo. Isso é encontrar soluções, caminhos alternativos, opções que solucionem o problema proposto.

Criatividade e infância

Isso mostra o quão natural é ser criativo. Desde criança, desenvolvemos esse pensamento e raciocínio criativos. Aliás, se há uma fase em que existe um repertório criativo maior, é na infância. Gosto da colocação do Sir Ken Robinson, que diz em uma palestra na conferência TEDx que as escolas matam a criatividade. O raciocínio dele é simples: se é na infância que existe um maior potencial criativo, e as escolas não investem nesse potencial, e simplesmente enquadram as pessoas em cadeiras e cadernos, meio que colocando “selas” nos seus alunos, como as empresas podem exigir do mercado pessoas criativas, se boa parte da criatividade se perdeu na escola? Pensando desse modo, é claro que a educação tem bastante influência no ser criativo ao longo de sua existência. Se as escolas querem produzir melhores profissionais do que tem produzido, precisam investir nisso desde pequenos. Logo, as escolas precisam oferecer meios criativos e práticos, que desenvolvam o conhecimento e a criatividade dos alunos. Talvez, estejam faltando diretores criativos nas escolas, que não sejam capitalistas apenas, mas investidores de conhecimento.

Características do ser criativo

Considerando todas as questões levantadas acima, o ser criativo é:

a)  Um ser de conhecimento: não há como uma pessoa ser criativa acerca de um assunto ou tema que não conhece, ou seja, é preciso investir tempo, estudo, dedicação, desenvolver repertórios e recursos que possam inspirá-lo, a fim de destrinchar o tema e o problema propostos para se desenvolver soluções criativas;

b)  Um observador: alguém criativo sempre encontra brechas e caminhos ao observar as questões propostas. Ele faz perguntas certas, que o guiam até uma solução criativa, e concedem resultados positivos;

c)  Um solucionador de problemas: ele observa e encara as propostas como desafios, e os enfrenta de modo corajoso, muitas vezes saindo do senso comum, e desenvolvendo um pensamento lateral (conceito proposto por Edward de Bono) para os problemas.

Quanto mais essas características são desenvolvidas, mais os profissionais, independente da área de atuação, destacarão e aguçarão o perfil criativo que há dentro dele, melhorando assim sua percepção sobre os problemas, e trazendo soluções pertinentes, que provavelmente agradarão o chefe, os colegas de equipe e o mercado.

 

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