A Associação Brasileira de Franchising (ABF) e a ECD, consultoria especializada em Food Service, anunciaram na última quarta-feira, 05 de junho, os resultados da pesquisa “Balanço Setorial das Redes de Franquias no setor de alimentação em 2012”. A pesquisa visa dar subsídios para que os empresários do setor se preparem para o mercado. O estudo revela anualmente as principais tendências de consumo, as necessidades de melhorias da gestão e também os desafios para a sobrevivência do negócio.

Os resultados foram divulgados durante a 7ª edição do Seminário de Food Service, que reuniu cerca de 150 profissionais do setor, no Centro de Capacitação e Eventos da ABF. O evento contou com uma programação extensa e repleta de palestras com especialistas que debateram o desempenho e os desafios do setor de alimentação.

Na abertura do evento, a presidente da ABF, Cristina Franco, relembrou em seu discurso, o bom desempenho do setor de franquias em 2012 e a contribuição do segmento de alimentação para este sucesso. “O setor de alimentação é um dos mais pujantes e consolidados do franchising. É o primeiro em número de redes (573 em operação no Brasil), o segundo maior  faturamento (R$ 20 bilhões) além de ser também o que gera mais empregos”, afirmou.

Nesta edição da pesquisa, foi considerado o conceito de ano calendário 2012 (que compreende os meses de janeiro a dezembro). Foi incorporada também, aos resultados, uma importante parte do 1º semestre de 2013 (referente aos meses de janeiro a abril), comparando com o mesmo período de 2012.

A amostra teve a participação de 42 marcas associadas à ABF que correspondem a 4.306 unidades de franquias ou 33% das que operam no mercado.  Sem considerar as lojas inauguradas em 2012, o faturamento das redes cresceu 11% em 2012. Ao somar as novas lojas, o faturamento cresceu 18%, em relação ao ano anterior.

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“Em 2012, o sistema de franquias na área de alimentação manteve seu vigor em termos de crescimento, confirmando as expectativas do mercado com o sucesso neste modelo de negócio”, ressaltou João Baptista Jr., coordenador do Grupo Setorial de Redes de Alimentação da ABF. Segundo ele, o setor continua otimista e prevê continuar crescendo em 2013. A expectativa dos empresários é de crescer 13% em 2013.

O otimismo também se revelou na expectativa de inaugurações. Os empresários declararam que pretendem inaugurar mais de nove mil lojas até 2016. A grande preocupação do setor revelada pelo estudo é a alta nos custos. “O preço da matéria-prima, de ocupação (aluguel e taxas) e com a mão de obra tem pressionado muito a lucratividade das empresas”, afirma Baptista. Além disso, as taxas para renovação de contratos em shoppings e demais centros de compra também subiram em média 9%.

“O impacto do custo da mão de obra se tornou um grande desafio para setor. O turnover continua alto, na casa dos 48%, mantendo o perfil de anos anteriores”, explicou Justino Salguero, responsável pela apresentação dos dados e consultor da ECD Food Service.

Palestras e Debates

O dia foi marcado também por diversas palestras e debates com especialistas que são destaque e referência no segmento. Entre os palestrantes esteve Ellen Regina Steter, economista do Bradesco, que abordou o tema “Leitura Econômica: Analisando a Inflação do Setor de Alimentação”. Ellen apresentou dados do cenário internacional bem como a influência e reflexo desses números para o Brasil. “Podemos esperar um crescimento sim, porém, em nível moderado, um pouco mais condizente com a nossa realidade”, afirmou a economista.

A diretora de planejamento da Toledo & Associados, Maria Aparecida Toledo, palestrou com o tema “Significados e Práticas da Alimentação Contemporânea”, onde apresentou também os resultados da pesquisa anual, realizada pela empresa, que revela como estão os hábitos de consumo no Brasil e como eles influenciam as redes de franquias de food service. Segundo ela, é possível perceber um novo posicionamento do consumidor, e novas práticas alimentares. “Os consumidores estão, cada vez mais, em busca de uma alimentação mais saudável e é preciso que as indústrias e as empresas acompanhem estas necessidades”, relembrou Maria Aparecida.

Na parte da tarde, os participantes puderam conferir a palestra “Rastreabilidade: Visibilidade, Qualidade e Segurança”, com Patricia Amaral, assessora de soluções de negócios da GS1 Brasil – Associação Brasileira de Automação. A executiva falou sobre a importância da padronização de produtos ao redor do mundo e apresentou os trabalhos desenvolvidos pela entidade, que é a única responsável pelo desenvolvimento e aplicação de padrões globais de identificação. “Vocês, profissionais da área de food service têm um papel respeitável na disseminação da importância da rastreabilidade nesta cadeia. São vocês que devem exigir ingredientes padronizados, para que os consumidores possam conferir confiança aos produtos que são comercializados pelas suas empresas”, afirmou.

Uma das grandes novidades na edição deste ano no Seminário foi a realização de um debate “Pós NRA Show – uma das mais importantes feiras do setor de food service do mundo. Este foi o segundo ano consecutivo em que a ABF liderou um grupo de mais de 30 empresários do setor do franchising em visita à 94ª edição do evento, que aconteceu entre os dias 18 e 21 de maio, em Chicago, nos Estados Unidos.

“A delegação aproveitou bastante o conteúdo durante a viagem, as visitas técnicas e reunimos muitas informações, dicas e conhecimentos que poderão ser aplicados no dia a dia das nossas próprias empresas. Foi extremamente gratificante liderar novamente um grupo como este”, afirmou João Baptista Jr. Os participantes puderam conferir ainda um vídeo, feito pela equipe do Rodrigo Barros, com os melhores momentos da viagem e diversos depoimentos de empresários que lá estiveram.

Já André Friedhein, diretor internacional da ABF, que também fez parte da delegação, apresentou a palestra “Macrovisão de Mercado”, onde listou as principais tendências nos restaurantes americanos, a preocupação com a identidade dos produtos comercializados, o visual e a busca dos consumidores pela qualidade de vida. “Os principais pontos observados por lá foram a busca pelo passado, a percepção do fresco, ou seja, como os restaurantes estão investindo em possuir hortas próprias nos restaurantes, além da utilização de diferentes ingredientes e recheios. Tudo isso sem deixarem para trás as opções de refeições mais saborosas a que estão acostumados”, citou.

Na última palestra do dia, Simone Galante, diretora executiva da Galunion, reuniu na palestra “NRA Insights 2013 – Destaques do ano”, diversos itens interessantes observados nas visitas técnicas que a delegação realizou e também as inovações tecnológicas que foram apresentadas na feira. “Uma das coisas mais interessantes observadas, foi a cultura do empresário de food service americano. Eles tem uma preocupação muito grande em treinar, para conservar não só o seu funcionário, mas também os clientes”, afirmou Simone.

As executivas Rosana Giarelli e Carolina Frias, da empresa Galunion – Consultoria e Gestão estiveram na plateia do Seminário e consideraram o conteúdo muito rico. “O conteúdo foi bem denso, cheio de conhecimento e muito completo”, afirmou Carolina. Esta foi a primeira vez que as profissionais participaram do evento. “O dia foi repleto de conhecimento. A disposição das palestras, que conversaram entre si, com um ótimo conteúdo e diretrizes, me fizeram analisar diversos pontos que podemos melhorar no nosso dia a dia. Com certeza estou saindo daqui com ótimas ideias”, finalizou Rosana.

Para finalizar as atividades do dia, João Baptista liderou um debate que reuniu representantes de redes de franquia e fornecedores logísticos. Sob o tema “Os desafios da logística no Food Service”, os convidados José Augusto Rodrigues Santos, Diretor Comercial da Martin Brower; Manuel Hing, Diretor da Divisão Food Service da CONFRIO e Marcelo Dias, representante da Fast & Food, todas elas empresas especializadas em serviços logísticos, e Luis Felipe Campos, Diretor do Selleti e Philippe de Grivel, Supply Chain Director da Subway, elegeram os principais desafios e soluções que podem ser aplicadas para a melhoria do sistema, visando o sucesso nas operações.